quinta-feira, 2 de julho de 2009

DÍZIMO

TEMA – DÍZIMO
1 - INTRODUÇÃO HISTÓRICA
1.1 COMO E PORQUE SURGIU O DÍZIMO NA HISTÓRIA DO POVO DE DEUS?

O Dízimo na Bíblia surgiu com uma evidência muito grande frente a uma alternativa de Vida, uma modalidade ou uma possibilidade para que de fato o povo vivesse mais em comunidade, o povo salvaguardasse, protegesse a sua vida. E a grande preocupação dessas comunidades era comer em abundância, com fartura de verdade. Então o dízimo de modo particular havia de ser condividido, repartido para os levitas, os órfãos, as viúvas, os estrangeiros; isso significava que tinha uma função de vida presente.Fica claro que o dízimo no Antigo Testamento surgiu como uma alternativa para a sobrevivência da comunidade contra os impostos cobrados pelos poderosos estrangeiros.Como nas comunidades de hoje e também na família a questão do sustento é muito importante; e com Jesus, depois de seu tempo de trabalho de marceneiro, quando ele começou a pregar, apareceram os problemas. Como se sustentar e sustentar o seu grupo?Ele viveu praticamente da hospitalidade, da generosidade das pessoas que o acompanhavam: Marta, Maria, Simão, Lázaro e ou doações, São Lucas fala que havia mulheres, algumas ricas, que acompanhavam Jesus e socorriam a ele e os discípulos com os seus bens e serviços.A Comunidade primitiva assumiu uma coisa muito interessante: ela colocou no coração, o problema do sustento aos pobres, aos necessitados, às viúvas, às pessoas que não tinham bens... Ela vivia da partilha, muitos vendiam os seus bens e colocavam nos pés dos apóstolos, dividiam entre si e não havia necessitados entre eles.Paulo introduziu algo muito importante para os primeiros cristãos. Ele disse: O apostolado não deve visar os bens das pessoas. Por isso Paulo trabalhava com as próprias mãos e ele tinha orgulho de dizer que vivia do seu trabalho, pregava gratuitamente e dava conselho: "O que a gente recebeu de graça, que a gente dê de graça". Mas ele fez também coletas para as Comunidades mais necessitadas. Mais tarde a situação começou a mudar. Com a conversão dos Reis para a fé católica, o Estado passou a fazer doações de terras e assumiu a sustento do clero e da Igreja. Os grandes mosteiros se mantiveram com o trabalho na terra e só aceitaram a terra necessária para a sua subsistência.Com o tempo houve um excesso de acúmulo de bens, gerando por parte de muitos na Igreja, uma posição contrária a essa prática.E no Brasil? Como foi? Podemos dizer que temos que olhar para dois momentos: de um lado a Colônia e o Império e do outro lado a República.
No primeiro momento, ocorreram praticamente três sistemas:
COLÔNIA E IMPÉRIO
1º Sistema: O Rei recolhia todos os dízimos e com isso construía Igrejas, Colégios e pagava os vigários e Bispos.
2º Sistema: Os missionários tentavam criar um auto-sistema. Ex: Os Jesuítas do Paraguai que praticamente tinham fazendas, criação de gados, plantação de trigo e se bastavam a si mesmo e à missão.
3º Sistema: Os cristãos leigos dentro da Igreja pensavam também na missão e na sustentação destes trabalhos.
REPÚBLICA
A República acabou com esse sistema do Estado pagando e abriu uma crise dentro da Igreja. Como sustentar? Apareceram as taxas na hora da celebração dos sacramentos e as espórtulas das missas. Praticamente a Igreja vivia do pagamento dessas taxas, espórtulas e esmolas.O Concilio Vaticano II foi um momento de incentivo para a grande renovação da fé e despertou para a vida Comunitária. Através de caminhos mais evangélicos, algumas Dioceses e paróquias aboliram o pagamento de taxas e desenvolveram uma eficaz Pastoral do Dízimo.Estes exemplos nos incentivaram a seguir o mesmo caminho. Assim se resgata o espírito das primeiras Comunidades Cristãs. A partilha, a generosidade são expressões do Evangelho na vida cotidiana.
2. FUNDAMENTAÇÃO BÍBLICO – DOUTRINAL
2.1 O DÍZIMO NO ANTIGO TESTAMENTO:
Deus criou o mundo do nada, portanto Deus é o Senhor de TUDO, tudo é propriedade do Senhor. Deus dominou e organizou o caos, o grande universo. O homem recebeu o poder de dominar e organizar o mundo terrestre, porque ele é "imagem e semelhança de Deus". Grande missão e grande poder, mas que tem sua razão de ser na dependência divina do homem. Assim o homem vai se multiplicando, povoando a terra e numa relação de intimidade com o seu Senhor, oferece-lhe sacrifício, primícias e holocaustos.Caim e Abel dedicam-se a duas culturas básicas: Agricultura e criação de gado. Ambos oferecem parte do fruto do seu trabalho Gn 4,3-4 "Depois de algum tempo Caim apresentou produtos do solo como oferta a Javé. Abel, por sua vez ofereceu os primogênitos do seu rebanho. Javé gostou de Abel e de sua oferta". Ambos fizeram suas ofertas ao Senhor, em sinal de gratidão. No entanto, a oferta de Abel agradou a Deus e a de Caim não foi aceita. Ambos ofereceram o fruto do seu trabalho, mas Abel escolhe e oferece os primogênitos, o melhor, enquanto Caim oferece os frutos, qualquer fruto, talvez os piores, só para cumprir um preceito. E Deus que vê o coração, se alegra com a oferta de Abel! Sabemos as conseqüências...Depois vem o dilúvio. Noé representante duma nova humanidade, após o dilúvio, oferece um sacrifício a Deus, que não deixa o homem ser dominado pelo caos. Gn 8,20: "Noé construiu um altar para Javé, tomou animais e aves de toda espécie pura e ofereceu holocaustos sobre o altar".Deus quer organizar seu povo. Abraão nosso patriarca, recebe de Deus uma missão. "Deixa tua Terra..." (Gen 12,1). Abraão se põe a caminho... Faz caminho... Abre novos caminhos...Com Abraão inicia-se um novo povo. A missão de Abraão é trazer benção para todas as nações da Terra.Abraão é o primeiro a oferecer o DÍZIMO. E o dízimo é OFERECIDO, a Melquisedec, sacerdote do Deus Altíssimo (Melquisedec cultuava o mesmo Deus de Abraão). Ele inicia uma forma diferente, pois até aquele momento os povos ofereciam suas dádivas diretamente às divindades, e Abraão oferece o Dízimo a seu representante. Ele oferece uma medida - 10%. O sacerdote do Deus Altíssimo abençoa Abraão - é o Dízimo gerando Benção - Graça.Abraão é portador do NOVO. A novidade consiste em ser fiel a promessa de Deus, que nunca falha. Deixa o exemplo à sua descendência.Jacó reconhece Deus como único Senhor e enterra os ídolos (deus falsos) e dá a Deus o dízimo de todos os seus bens.Assim no Antigo Testamento vemos o exemplo dos patriarcas que são fiéis na entrega do dízimo. Em alguns textos o dízimo é apresentado como Lei, norma.A legislação mosaica apresenta diversos textos que falam do dízimo.Levitíco 27,30 - "todos os dízimos da terra, tanto dos produtos da terra como dos frutos das árvores, pertencem a Javé: é coisa consagrada a Javé" e 27,32 "Os dízimos de animais, boi, ou ovelha, isto é, a décima parte de tudo o que passa sob o cajado do pastor, é coisa consagrada a Javé". Deuteronômio 12,6 - estabelece onde os dízimos e oferta devem ser levados: ao Templo de Jerusalém, com indicação de várias normas. Tal legislação reflete a centralização do culto na reforma de Josias (ano 620ac). Em Deuteronômio cuida-se também dos direitos dos levitas e dos necessitados. No capitulo 26,1-11, descreve-se o ritual da entrega das primícias, fazendo uma oração com o resumo da história de Israel, como motivação para a entrega das primícias "Trata-se de um credo histórico", isto é, uma que reconhece o Deus vivo, presente e agindo na história do povo.A legislação do livro de Números explica porque os levitas têm direito a receber o dízimo: Num 18,21: "Eis que aos filhos de Levi dou por herança todos os dízimos arrecadados em Israel. Pelos serviços que prestam na Tenda da Reunião". No entanto em Números 35,1-8, os levitas recebem cidades próprias, com o território determinado, para conseguirem seu sustento. Mas certamente a solução para o sustento dos levitas deve ter criado outros problemas, exigindo reformas.No 2º livro de Crônicas, o rei Ezequias, em reforma geral do culto, revigora a instituição do dízimo para que os sacerdotes e levitas possam dedicar-se melhor às suas funções.II Crônicas 31 "... daremos o Dízimo de nossa terra aos levitas..." Com essa organização "o povo de Judá se alegrava por ver em seus postos os sacerdotes e levitas".Ezequias, Neemias e Malaquias foram encarregados pos Deus de realizar reformas junto ao seu povo que estava falhando nas suas obrigações. Essas reformas eram sempre de retorno a Deus e se fazia através do retorno ao dízimo".O justo Tobias é modelo de consciencioso cumprimento do dever do dízimo nas suas várias formas: Tobias 1,6-8: Muitas vezes, eu era o único a ir em peregrinação a Jerusalém, por ocasião das festas, a fim de cumprir a Lei perpétua que obriga todo o Israel. Eu corria a Jerusalém com os primeiros produtos da lavoura e as primeiras crias dos animais, com o dízimo do gado e a primeira lã das ovelhas, e os entregava aos sacerdotes. Filhos de Aarão, para o Altar. Aos levitas vinho e óleo, das romãs, dos figos e das frutas... O terceiro dízimo eu dava para os órfãos, as viúvas e os estrangeiros...Vários profetas falam sobre a importância do dízimo, alertando, no entanto, para os exageros da referida prática”.Ao final do Antigo Testamento Deus faz uma proposta a seu povo, para que façam uma experiência concreta de confiança no seu Senhor, para que testem a bondade infinita de Deus, prometendo conceder muito além do necessário (Malaquias 3,10).Assim, no Antigo Testamento, o Dízimo inicia gerando graça e benção em Abraão e conclui com uma promessa de mais graça e benção em Malaquias.
2.2 DÍZIMO NO NOVO TESTAMENTO
Novo Testamento é a Nova Aliança, a Boa Nova.O Novo Testamento é o livro da Nova Lei e vai além de tudo que era normal no Antigo Testamento. "Afinal o ordinário, o normal até os pagãos conseguem realizar, mas extraordinário, só os Filhos de Deus"."No Antigo Testamento, o homem oferecia o Dízimo em virtude da Lei, pelo temor".No Novo Testamento, a Lei do Temor é substituída pela Lei do Amor, e o homem passou o oferecer o Dízimo pelo amor.Jesus assume a nossa história, para nos indicar um modo novo de viver. Ele nos revela um DEUS PAI, ensinando-nos o Amor filial, e um mundo de irmãos - amor fraternal. Deus já não faz aliança com apenas um povo, mas com todos aqueles que assumam a PROPOSTA DO REINO - Que não haja necessitado entre nós, pois somos filhos do mesmo Pai, que é o SENHOR DE TUDO. O Dízimo estabelece o direito da partilha de tudo que possuo.Assim com a vinda de Jesus, os tributos religiosos, impostos pela Lei são substituídos pela oferta consciente, alegre e espontânea dos cristãos.DÌZIMO NÃO É LEI, É GRAÇA. Romanos 6,14 "Pois o pecado não os diminuirá nunca mais, porque vocês já não estão debaixo da Lei, mas sob graça".Jesus nos convida a dividir de graça tudo que possuímos, o que vem de Deus com os irmãos. Mateus 10,8 - "de graça recebeste de graça daí".Jesus respeita a lei e a cumpre: Mateus 17,24-27: Jesus apesar de Filho de Deus, presente na criação, Senhor de Tudo, paga o tributo ao Templo. Mas manda Pedro pescar e tirar o dinheiro do fruto de seu trabalho. Pedro era pescador. O Dízimo deve ser resultado do fruto do meu trabalho. Não posso esperar o milagre do dinheiro fácil para levar o Dízimo ao Templo.Jesus não é contra o dízimo, mas Ele denuncia a inversão de valores (Mt 23,23), nos alertando para algumas ATITUDES DO DIZIMISTA.VIVÊNCIA DO AMOR, JUSTIÇA E MISERICÓRDIA - nosso dízimo só tem valor se for fruto da justiça, da misericórdia, do amor, que são os sinais do reino. Mateus 23,23 e Lucas 11,42 - "Ai de vós escribas e fariseus, que pagais o dízimo da hortelã, da erva doce, e do cominho, e deixam de lado os ensinamentos mais importantes da Lei, como a justiça, a misericórdia e o amor... vocês deveriam praticar isso, sem deixar aquilo".
HUMILDADE - Não somos salvos porque pagamos o dízimo, mas é importante saber que a prática do dízimo exige uma atitude de humildade e misericórdia diante dos outros. (Lucas 18,9-14) - Fariseu e Publicano.
CONFIANÇA - A disponibilidade em ser generoso no dízimo supõe não ter medo de faltar algo em sua mesa. Dízimo é uma questão de confiança no Pai de que nada nos irá faltar. Lucas 12,15 "Atenção! Tenham cuidado com qualquer tipo de ganância. Porque mesmo que alguém tenha muitas coisas, a sua vida não depende de seus bens".
GENEROSIDADE - DESAPEGO - O Dízimo nos ajuda a nos desapegarmos dos bens materiais e colocarmos nosso confiança em Deus. Timóteo 6,10 "Porque a raiz de todos os males é o amor ao dinheiro. Por causa dessa ânsia de dinheiro, alguns se afastaram da fé e afligiram a si mesmos com muitos tormentos".
FIDELIDADE - Com o dízimo atestamos nossa fidelidade a Deus. Lucas 16,10-11 - Quem é fiel nas pequenas coisas também é fiel nas grandes, e quem é injusto nas pequenas coisas também é infiel nas grandes coisas. Por isso se vocês não são fieis no uso do dinheiro injusto, quem lhes confiará o verdadeiro bem? Desse modo Jesus denuncia a hipocrisia e combate a atitude dos doutores da lei e dos fariseus que iam contra o espírito fundamental da religião que é a vivência do amor, justiça e misericórdia. Mas muitas vezes Cristo lembra que o cristão deve dar sua contribuição material para as necessidades da comunidade e do ministério da Igreja (Lc 10, 7, Mt 10,9-10).Assim os primeiros cristãos vivem a prática do Dízimo num sentido muito mais amplo, pois partilham não apenas uma parte do que têm, mas partilham TUDO e cada um recebe de acordo com sua necessidade, não havendo necessitados entre eles. Esta é PROPOSTA DO Reino. Atos 2,44-45 e 4,32-35."Portanto o NOVO TESTAMENTO nos convida a suplantar a velha medida decimal, contida no Antigo Testamento". No Novo Testamento o dízimo não tem medida, não tem limite. Zaqueu dá 50%. A viúva dá 100%. Os primeiros cristãos davam TUDO! É uma questão de compromisso de fé e não de percentual. No Novo Testamento não acharemos a palavra Dízimo e sim: justiça, amor, partilha, comunhão, fraternidade, etc.O Novo Testamento não indica medida para o dízimo, visto que Jesus veio nos libertar da imposição das normas que escravizam o homem nos indicando uma forma livre de agradar o Pai. A medida e a do coração. II Corintios 9, 7-8 "Cada um dê conforme o seu coração, sem pena ou constrangimento, porque Deus ama a quem dá com alegria. Poderoso é Deus para cumular-vos com toda espécie de benefícios, para que tendo sempre o necessário, vos sobre ainda muito para toda espécie de boas obras".
2.3 OS CINCO MANDAMENTOS DA IGREJA DE JESUS CRISTO
No começo do cristianismo, prevaleceu na Igreja a partilha dos bens, mas aos poucos, na medida em que a Igreja ia crescendo, tornou-se necessária à retomada do dízimo como forma de garantir a manutenção da Instituição. Diversos Concílios tornaram obrigatório a prática do dízimo na Igreja, tendo em cada País um desdobramento diferente. Por isso nós aprendemos no Catecismo que um dos cinco preceitos da Igreja é "contribuir com o dízimo de acordo com o costume de cada lugar". Assim o Dízimo, que é Bíblico, faz parte também dos ensinamentos da Igreja.
1 - Participar da missa inteira aos domingos e festas de guarda e permanecer livres de trabalhos e atividades que poderiam impedir a santificação desses dias;2
- Confessar os próprios pecados pelo menos uma vez ao ano;
3 - Receber o Sacramento da Eucaristia pelo menos na Páscoa;
4 - Abster-se de comer carne e observar o jejum nos dias estabelecidos pela Igreja;
5 - Suprir as necessidades materiais da própria Igreja, segundo as próprias possibilidades.
(Nova versão dos mandamentos da Igreja segundo o Novo Catecismo da Igreja Católica)
2.4 DIRETRIZES GERAIS - 1999-2002 - Nº 48O Catecismo diz o seguinte: "Os fieis cristãos têm ainda a obrigação de atender, cada um segundo as suas capacidades, às necessidades materiais da Igreja" (nº 2043 & 1). O Código de Direito Canônico diz: "Os fieis têm obrigação de socorrer às necessidades da Igreja, a fim de que ela possa dispor do que é necessário para o sustento dos ministros" (Can. 222 § 1).2.5 PORQUE IMPLANTAR O DÍZIMO?Porque é esse o caminho escolhido pela Igreja do Brasil. Na XVI Assembléia Geral em Itaici - SP (1974) os bispos optaram pelo Dízimo. Destacaram 6 pontos importantes que devemos ter presentes:
1 -Todas as Igrejas particulares no Brasil devem ter como meta a implantação do dízimo como sistema de contribuição sistemática e periódica, que substitua progressivamente o sistema de taxas.
2 - Haja um intenso trabalho de conscientização do povo e dos agentes de pastoral e de progressiva organização do sistema ao nível diocesano, paroquial e de base.
3 - As Igrejas, dentro de um mesmo regional, devem prestar mútua ajuda, fazendo circular as várias experiências.
4 - Os regionais cuidem da elaboração de subsídios, onde eles forem necessários e pedidos pelas Igrejas particulares.
5 - Os organismos nacionais prestem aos regionais a devida assessoria.
6 - Cada Igreja Particular fixará a data a partir da qual será obrigatória a implantação do sistema."O Dízimo é meta a ser alcançada. Não é mera exortação ou um objetivo desejável. As Igrejas Particulares devem buscá-la".Essas conclusões são fruto de uma reflexão que se iniciou em 1967.(Estudo da CNBB 8 pg. 9 e10)

2.6 O DÍZIMO NA DIOCESE:
A Diocese desde 1994 vem dando passos crescentes nesta conscientização. Em seu Documento Pastoral "Diretório da Vida sacramental", regulamenta a opção pelo sistema do Dízimo.566 - Seja o dízimo para cada fiel e para a Comunidade Eclesial de Base expressão do reconhecimento da infinita gratuidade de Deus. Seja a entrega do dízimo autêntica consagração de nossos bens e trabalhos a Deus.567 - Incentive em cada uma de nossas comunidades eclesiais a Pastoral do Dízimo, como forma de conscientização para a partilha e a solidariedade, progredindo para asolidariedade maior vivida pelas primeiras comunidades cristãs: "um só coração e uma só alma. Tinham tudo em comum, não havendo necessitados entre eles". (Cf Atos 2,42-47).568 - Progridam as Comunidades Eclesiais de base na consciência da entrega do dízimo como autêntica forma de sustento da igreja, na evangelização e na caridade para com os empobrecidos.
3. AS DIMENSÕES DO DÍZIMO
O resultado financeiro da opção pelo dízimo deve ser bem administrado pela Comunidade, pela Paróquia e pela Diocese. A prestação de contas e o plano financeiro SÃO FUNDAMENTAIS, pois os dizimistas descobrem que contribuir para os serviços do culto e dos irmãos vem a ser um testemunho, dado ao mundo, de que os cristãos reconhecem o sentido social e comunitário dos bens a eles confiados.Desta forma, o Dízimo tem um destino certo que são as três dimensões propostas na Bíblia: Religiosa, Social e Missionária.
3.1 DIMENSÃO RELIGIOSA: "O zelo por tua casa me consome" (Jô 2,17)O Dízimo deve ser um auxílio na caminhada de fé e o lugar onde eu vivo esta fé deverá ser bem cuidado para que todos possam usufruir com conforto e dignidade. O Templo, lugar de encontro com Deus e com os irmãos para a oração, deve ser um lugar adequado ao louvor e a adoração e tudo isto tem um custo sonorização, velas, livros, hóstias, folhetos de cânticos, enfim tudo o que usamos dentro do templo é custeado pelo Dízimo.Nesta dimensão também entram os cuidados com os padres que merecem todo o carinho da comunidade onde prestam seus trabalhos aplicando seus conhecimentos e seus serviços.
3.2 DIMENSÃO SOCIAL: "... tive fome e me destes de comer..." (Mt 25,35).Jesus configura-se no pobre e não há melhor forma de encontrá-lo senão onde Ele mesmo deixou-se ficar - no rosto dos pobres e dos necessitados. Nesta dimensão compreendemos e praticamos o pedido de Jesus. A Igreja deve responsabilizar-se pelos necessitados e não se pode dormir em paz sabendo que nossos irmãos passam pela dor da fome, do frio e das carências mais primárias. Sua contribuição soma-se a outras tantas e multiplica-se no auxílio a quem merece nosso total carinho.
3.3 DIMENSÃO MISSIONÁRIA: "... pregai o evangelho a todos..." (Mc 16,15)O dízimo deve levar a minha comunidade toda a ser sinal de salvação. Todos nós que somos batizados somos missionários, diz o Vaticano II. O dízimo vai sustentar as Igrejas mais pobres que não têm condições de se manter. Sustentar a missão, como tarefa primeira da Igreja é compromisso que devemos assumir como mandato do Senhor: "Ide por todo o mundo e anunciai o Evangelho". Para se missionário em terras estrangeiras, onde tudo falta, onde a miséria é a situação mais comum encontrada, precisa de uma base de sustentação financeira. "Dar da nossa pobreza!". Dar do pouco que temos para que outros também possam receber a mensagem da Boa Nova. Quem ajuda a missão também é missionário... Um comportamento de honestidade, de prática da justiça são argumentos fortes para atrair os que não vivem a fé no mundo onde vivemos. Mas cada um de nós que é batizado, missionário, portanto, deve ter outra preocupação: levar a todas as pessoas a dimensão da fé. Esta realidade de Deus que aconteceu um dia em nossa vida, através do batismo, deve acontecer em todos. A fé é um dom gratuito de Deus, que acontece nas pessoas, através das pessoas que a têm.Muita gente no mundo inteiro ainda não é batizada em nome de Jesus. E não o é porque não ouviram falar de Jesus. Não ouviu falar porque ainda não houve quem fosse até essas gentes para dar testemunho de Jesus. E será que não houve quem fosse por não ter sido enviado? Romanos - capítulo 10,9-17. A fé é condição para a salvação. Cada um de nós é responsável para que isto aconteça.Não podemos preocupar-nos somente com a nossa salvação. A preocupação deve ser universal, porque eu sou batizado, missionário, Igreja. Isto me proíbe pensar só em mim. Todos devem estar no meu plano de busca da salvação. Nós não salvamos ninguém, não convertemos ninguém, quem salva e converte é Deus. Mas Ele nos quer participantes de seu plano de salvação. Foi por isso que enviou seu missionário, Jesus, para anunciar o Evangelho. E Jesus enviou os discípulos a evangelizar e continua enviando ainda hoje. E os enviados somos nós.Quando sabemos que mais da metade da humanidade não crê em Jesus após 2000 anos, isto deve nos preocupar. Quando sabemos que no Brasil existem milhões de pessoas que não tomam conhecimento dos valores cristãos, devemo-nos questionar. Nos grandes centros, talvez só 5% das pessoas procuram manifestar vida de fé, pelo menos participando das celebrações comunitárias aos fins de semana. É ainda a maior expressão de participação comunitária dos que temem a Deus.Outro fato deve ferir minha consciência acomodada: 70% das pessoas que vivem no Brasil são carentes, necessitadas de algo fundamental para suas vidas. O que é mais grave: 30% da população vivem em extrema miséria. E tudo por culpa de um processo de egoísmo desencadeado. Se a, nível de salvação eterna, me preocupo apenas comigo mesmo, porque me preocupar a nível desta vida com os outros? É preciso reformular a vida numa dimensão mais abrangente. Sair de nós mesmos e buscar o outro. É preciso perguntar:Que conseqüência tenho dado ao meu batismo? Tenho dado uma dimensão missionária à minha vocação cristã?Quando eu contribuo na minha comunidade para que ela possa desenvolver um trabalho pastoral eficiente, uma catequese eficaz, para que ela possa preparar catequistas, animadores de comunidades, missionário para evangelizar, meu dízimo assume uma dimensão especial na minha vida, assume a dimensão missionária. Quando eu ajudo minha comunidade a preparar e enviar missionários, sou eu que envio. Onde estiver o missionário, eu estarei com ele. São Paulo diz: "Quem colabora com o pregador tem merecimento de pregador”.São Paulo se alegrou e louvava a Deus quando as comunidades se ajudavam. As comunidades pobres faziam coletas para implantar o Reino de Deus em outros lugares (II Cor. 8,1-3). Isto é que é ser Igreja: estarmos atentos às necessidades das outras comunidades.Contribuindo na minha comunidade, estou contribuindo com a Igreja toda, porque parte de tudo é encaminhado à Diocese, e o Bispo de cada Diocese se encarrega de estabelecer a comunhão universal, participando dos projetos de solidariedade com outras dioceses, e com a Igreja toda.
3.4 OS PRINCÍPIOS DO DÍZIMOSão três os princípios que norteiam a prática do dízimo.
1º princípio: CONVERSÃO.
João Batista já apontava a partilha como sinal de conversão àqueles que perguntavam: - O que devemos fazer? - Quem tiver duas túnicas, dê uma a quem não tem. E quem tiver comida, faça a mesma coisa. (Lc. 3,11). Só é dizimista quem atendeu e aderiu de coração ao Projeto de Deus, ou seja, é convertido.
2º princípio: FIDELIDADE
O Dízimo é sinal de fidelidade a Deus e à sua Palavra. É fazer uma experiência com Deus, conforme as palavras de Malaquias: "Fazei a experiência, dia o Senhor, e vereis se não derramo a minha bênção sobre vós" (Mal. 3,16).
3º princípio: PERTENÇA
O Dízimo é sinal de nossa pertença à Igreja, família de Deus. Quem tem uma família, sente-se na obrigação de colaborar com ela. Como membros da Igreja, família na qual fomos inseridos a partir de nosso batismo, devemos sentir-nos responsáveis por ela e colaborar para suprir as suas necessidades.O Dízimo é o gesto concreto que expressa nossa participação na vida da Igreja.
3.5 ATITUDES QUE BROTAM DA GRATUIDADE
CARIDADE: É o maior dos dons, elimina pecado, mas não substitui o dízimo nem tão pouco a oferta do altar.
ESMOLA: Somos chamados a viver de modo íntegro com nossos irmãos necessitados que nos peçam e batem à nossa porta.
DONATIVO: São doações esporádicas que realizamos em caso de campanhas beneficentes etc...
CONTRIBUIÇÃO: É aquela assumida em caráter provisório, ou permanente, destinadas às instituições filantrópicas e outras, como ajuda, por simpatia ao trabalho realizado.
DÍZIMO: Tem por base a nossa produção, de tudo que produzimos uma parte destinamos a comunidade Igreja, local onde Deus faz residir o Seu nome.
OFERTAS: São aquelas deixadas no altar do Senhor dentro da liturgia. Muitos não vivem esse momento como de fato são chamados a viver diante de Deus.
4. ESPIRITUALIDADE
O Dízimo integra a espiritualidade cristã. Para ser agradável deve ser acompanhado de perdão, justiça, misericórdia, fidelidade, humildade, fé, esperança, caridade, confiança, perseverança, coragem, entre outras virtudes.Nele encontra-se um grande valor espiritual. É uma graça ser convidado a ser dizimista.Oração do Dizimista.Jesus Misericordioso,Entrego-Vos, com o meu dízimo,o meu amor,o meu querer,o meu sentir,a minha vontade,o meu pensamento,o meu trabalho,a minha vida,e que eles Vos sejam agradáveis.Transformai-me e purificai-mepara que possa Vos servir eternamente.Tudo que era meu agora Vos pertence. Amém.
4.1 A FIDELIDADE DE DEUS
A raiz primordial e a razão mais profunda para nos sentirmos impelidos a ser -mos fiéis reside na própria fidelidade de Deus. Toda a relação entre Javé e o seu povo se sintetiza como uma aliança de amor: "Eu farei de vós o meu povo, serei o vosso Deus" (Ex 6,7). É um vínculo que nunca se poderá quebrar porque se fundamenta em que Ele, Javé, é fiel (Deut 32,4) e por isso pode Javé reclamar correspondência: "Eu quero amor fiel, não a exterioridade" (Os 6,6). No Novo Testamento, os Apóstolos contemplaram permanentemente admirados, essa fidelidade de Deus, ainda que muitas vezes o homem a atraiçoe: "Se o negamos Ele permaneceu fiel" (2Tm 2,13). Esta conduta coerente do Senhor será sempre estímulo para lutar com esperança, "pois fiel é Deus, por quem fostes chamados" (1Cor 1,9) e não permitirá que "sejais tentados acima das vossas forças" (1Cor 10,13).Quando alguém cai, a fidelidade divina convida-o a levantar-se: "Se confessamos os nossos pecados, Ele é justo e fiel, perdoa-nos e purifica-nos de toda a iniqüidade".Para correspondermos à fidelidade de Deus, nós os homens, somos chamados a guardar-lhe lealdade: "O homem fiel será sempre louvado, terá bênçãos abundantes" (Prov 28,20). São João ensina os fiéis a agir fielmente em tudo o que fazem (3 Jo 5,5), já quesomente os fiéis permanecem com Ele no amor (Sab 3,9).A fidelidade de Deus é, pois, a causa da fidelidade humana. Por isso, o primeiro de todos os nossos deveres é o de sermos fiéis a Deus e a tudo o que se relaciona com a missão que Ele atribui a cada um e que pode chegar a manifestar-se sob a forma de um chamado particular para compreender a vida inteira por amor.A oportunidade de realizar grande feitos apresenta-se muito poucas vezes na vida. Pelo contrário, as coisas pequenas são tão freqüentes e constantes que a fidelidade em cumpri-las é quase heróica. É necessária atenção permanente, espírito de sacrifício, generosidade de coração. É impossível que um só detalhe não tenha transcendência."O que é pequeno, pequeno é; mas aquele que é fiel no pequeno, esse é grande", diz Santo Agostinho.
4.2 DÍZIMO É PARTILHA
Para podermos entender o que é partilha precisamos mergulhar no próprio ministério de Deus, porque Deus é partilha. Quando dizemos que Deus é Amor, nós afirmamos que Deus é Amor partilhado entre três pessoas, reafirmando nossa fé no mistério inefável da Santíssima Trindade. Sendo partilha por natureza, Deus reparte conosco a vida através da criação, a sua intimidade, através da Revelação, e partilha conosco o que Ele tem de mais precioso que é seu próprio Filho. A Encarnação e a Redenção são mistérios da partilha de Deus com a humanidade. Jesus Cristo partilha sua vida conosco, e na hora de sua morte, nos dá a própria Mãe para ser Mãe de todos nós. No Sacramento da Eucaristia Ele partilha conosco, nos sinais do pão e do vinho, o seu corpo que é “doado” e o seu sangue “derramado” para a salvação de todos. Por isso a Eucaristia é o Sacramento da Partilha total, sem restrições.Já no Domingo de Páscoa, e de forma plana no dia de Pentecostes, o Espírito Santo é efundido sobre a Igreja, sendo partilhados seus dons entre todos os crentes.Para continuar a sua missão no mundo, até o fim dos temos, Jesus Cristo deixa-nos a sua Igreja que se caracteriza como uma comunidade de partilha.
5. PARA REFLETIR
a) O Dízimo é um pôr-se a caminho. Quem opta pela partilha escolhe a melhor e mais fecunda forma de trilhá-lo. Em seu serviço ministerial como você está trilhando ou planeja trilhar este caminho?
b) Nunca podemos afirmar que não aceitamos o Dízimo sem antes termos feito a experiência. Como o seu serviço pela pregação da palavra e o seu testemunho poderão ser eficazes na ação evangelizadora dentro da sua comunidade / paróquia?
c) O povo tem o direito de ouvir falar corretamente sobre o Dízimo e Oferta. Todos os Sacerdotes, Diáconos, Religiosos e nós leigos temos a obrigação de orientar o povo contribuindo para que façam a experiência com fidelidade. Como seu serviço ministerial contribuirá neste processo de conscientização?
d) Dízimo é fruto de uma conversão. Nós somos Igreja na medida em que participamos e colaboramos com ela. Como o seu Ministério poderá colaborar para que ela possa evangelizar através das dimensões Religiosa, Social e Missionária?
e) Diante do estudo apresentado podemos afirmar que o Dízimo tem fundamentos Bíblico, Teológico, Comunitário e Pastoral. Comente esta afirmação.
6. APROFUNDAMENTO BÍBLICO - DÍZIMO E OFERTA
ANTIGO TESTAMENTO
Gênesis – 4, 3-5Gênesis – 12, 7-8Gênesis – 14, 18-20Gênesis – 26,12Gênesis – 28, 17-22Êxodo – 22, 28-29Êxodo – 25, 1-2Exodo 34,26Êxodo – 35,5Êxodo – 35,29Êxodo – 35, 4 -5Êxodo – 36, 5 -7Levítico – 14,10Levítico – 19, 9-10Levítico – 27, 30-32Deuteronômio – 8, 11-18Numero 18,8.21Números – 18, 25-29Deuteronômio – 12, 11-28Deuteronômio – 14, 22-29Deuteronômio – 14, 27-29Deuteronômio – 16, 10, 15-17Deuteronômio – 24, 19-21Deuteronômio – 26, 12-13Deuteronômio – 28, 1-14I Samuel – 8, 15I Reis – 17,16II Reis – 4, 2-4I Crônicas – 29, 9II Crônicas – 31, 2-6Neemias – 10,33Neemias – 10,40Neemias – 13, 10-13Tobias – 1, 6-7Salmo – 111Provérbios – 3, 9-10Provérbios – 11, 24-26Provérbios – 20,25Eclesiastes – 5, 4-5Eclesiástico – 35, 1-6Eclesiástico – 35, 4-10Ezequiel – 45,1Amós – 4,4Ageu – 1,9Malaquias – 1, 13-14Malaquias – 3, 8-12NOVO TESTAMENTOMateus – 2,11Mateus – 3,5-10Mateus – 5, 23-25Mateus –6, 2-4Mateus – 7,11Mateus – 10,8Mateus – 10,42Mateus – 17, 24-27Mateus – 22, 15-22Mateus – 23,23Mateus – 25, 24-27Mateus – 25, 34-40Marcos – 6, 8-10Marcos – 12, 13-17Marcos – 12, 41-44Lucas – 6,39Lucas – 10, 7-9Lucas – 11,42 Lucas – 12, 41-44Lucas – 16, 10-11Lucas – 18, 9-14Lucas – 19, 8-10Lucas – 21, 1-4Jo 20,21Atos – 2, 42-47Atos – 4, 34,37Atos – 5, 1-5I Jo 3,18Romanos 13,8Romanos – 15,26I Coríntios – 9, 4-14I Corintios 9,16I Coríntios – 11, 20-22I Coríntios 13,3Ii Coríntios 5,17II Coríntios – 8,14II Coríntios – 9, 6-13Gálatas – 6,6Efésios – 4,28Filipenses – 2,13I Timóteo – 6, 7-10Hebreus – 7,4-8I Pedro – 4,107. BIBLIOGRAFIAS● Bíblia Sagrada, Ave Maria.● Celebrando – A Partilha Santifica. Equipe Diocesana do Dízimo e Liturgia. 2004● Celebrando – Chamados à Fidelidade. Equipe Diocesana do Dízimo e Liturgia. 2006● Dízimo, Evangelização para uma nova terra e um novo céu. Equipe Central Pastoral do Dízimo – Arquidiocese de Vitória, 1998.● Calendário do Dízimo. O Recado 2006.● Catecismo da Igreja Católica.● Dimensão Bíblico Catequética, Diretório Diocesano da Vida Sacramental. Diocese de Cahoeiro de Itapemirim ES 2ª edição. 2002.● Estudo nº 08 CNBB, 8ª edição, Paulinas 2003.●Tatto, Antoninho. Dízimo e Oferta na Comunidade. O Recado, 1983, 47ª edição. São Paulo, Brasil.● Fita de vídeo. A Pastoral da Partilha● Madureira, Aristides L. Partilhando a Vida em Família. A Partilha Editora Ltda. 2ª edição.

Fonte:
Elaboração: Equipe Diocesana do Dízimo
http://dizimo-secretariado.blogspot.com/2007/05/encontro-da-cartilha-de-ministro-da.html

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